Comuns nos primeiros anos do século XX, os dirigíveis poderão ter uma segunda vida como transportadores de carga e de hidrogênio. A ideia nasceu da menor demanda que eles têm de combustível e da possibilidade de realizarem viagens mais curtas do que o transporte convencional marítimo. Essa é a pegada tecnológica e financeira que pode trazer os veículos de volta. A informação é do site Science Direct, da editora Elsevier. As viagens de volta ao mundo pelos dirigíveis levariam 16 dias no hemisfério norte e 14 no hemisfério sul.
De transporte de hidrogênio a ajuda humanitária
É importante lembrar que os dirigíveis perderam espaço para os aviões e foram descontinuados, entre outras razões, pelos riscos de explosão de hidrogênio e pela velocidade menor. Eles voltam como possibilidade de transporte exatamente por serem mais vantajosos que o transporte marítimo em alguns cenários, e já vêm sendo usados em atividades militares, serviços de banda larga e até como plataformas de alta altitude para investigação de outros corpos planetários. Agora, o foco seria o transporte de cargas, inclusive o próprio hidrogênio, além da entrega de alimentos em casos de ajuda humanitária.
Várias pesquisas sobre dirigíveis estão em andamento, incluindo o desenvolvimento de novos projetos, análise da dinâmica de operação de aeronaves, modos de ascensão para a estratosfera usando energia de asa, além de análises de novos materiais para a construção dos veículos.
Os estudos incluem os projetos de dirigíveis não-tripulados, reduzindo os riscos de fatalidades, especialmente se eles usarem hidrogênio para flutuação. Há ainda algumas pesquisas envolvendo dirigíveis movidos a energia solar.
O hidrogênio é a carga e o combustível dos dirigíveis
Na prática, o hidrogênio pode ser transportado em balões cheios de hidrogênio. Em vez de usar energia na liquefação, o hidrogênio na forma gasosa poderia ser carregado dentro do dirigível ou balão e transportado pela corrente de jato com menor necessidade de combustível. Assim que o dirigível ou balão chega ao seu destino, a carga é descarregada e cerca de 60% ou 80% do hidrogênio utilizado para a elevação é removido, deixando 40% ou 20%, respectivamente, do hidrogênio dentro do dirigível ou balão para fornecer flutuabilidade suficiente para a viagem de volta sem carga.